Resquícios da enchente
07:33
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Passado quase um mês do início da grande catástrofe que se abateu sobre a faixa leste de Santa Catarina e principalmente o Vale do Itajaí, as cidades afetadas voltam aos poucos a normalidade, sabe-se que muitas famílias ainda ficarão um bom tempo em abrigos, provavelmente muitas sequer conseguirão a ajuda prometida pelo governo e pela seita IURD (que adora se aproveitar de tragédias para auto promoção) e se juntarão as centenas de vitimados pelo furacão Catarina em simples estatísticas.
Enquanto holofotes e câmeras estão no foco da catástrofe não falta solidariedade, as pessoas realmente se sensibilizam porém, não tem memória e com tantas tragédias acontecendo pelo país, logo os antes esforçados voluntários esmorecem e ao desistir, enfraquecem a força tarefa, os que contribuíram com donativos pensam ter sido o problema já resolvido e a imprensa se atém a outras tragédias e acontecimentos em geral. Não podemos esquecer tudo que aconteceu, nem tampouco deixar que o poder público não cumpra suas promessas, as vítimas do furacão Catarina ainda esperam as prometidas casas e auxílios diversos pra reconstrução de suas vidas e dignidade, e agora, aqueles que sofreram com as chuvas de novembro engrossam o quadro de desalojados no estado. Oito mil voluntários no início da enchente e dois mil agora, isso é um sinal de que começa a serem esquecidos os fatos e anuncia-se a chegada do descaso assim como aconteceu depois da passagem do furacão.
Qual o motivo desse previsível “abandono do caso”? Seria o fato de não termos agradecido os milhões de brasileiros que prestaram auxílio? Pouco se ouviu agradecimentos públicos... Talvez o fato de que as próprias vítimas não cobram o poder público? O brasileiro não tem memória, mesmo?
O afastar da imprensa trouxe rapidamente os ladrões, do Exército e civis também, canalhas sem consciência que escolheram donativos pra si e os levaram pras suas casas sem o menor remorso, alguns inclusive zombando da boa fé dos que doaram. Até moradores de favelas do RJ e SP se uniram pra arrecadar roupas e mantimentos pra nossos desabrigados, o pouco que tinham, doaram com muita boa vontade, e o que dizer a eles agora? A Defesa civil do estado já tem em caixa mais de vinte e cinco milhões de reais! O que estão esperando pra começar a agir? O empresário Edir Macedo já aproveitou pra disseminar suas “ideologias” entre os fragilizados flagelados, construir casas para quem perdeu tudo é uma jogada de marketing muito inteligente, ainda mais quando se usa o título “Reconstruindo Santa Catarina”, dá a impressão que eles vão refazer todo o estado, e a verdade é que algumas casas serão doadas pra algumas famílias desalojadas de algumas cidades. Estamos sem defesa mesmo!
Precisamos acordar pro fatos e não permitir que se faça aqui um turismo de tragédia e muito menos que estelionatários transvertidos de religiosos, venham fazer demagogia a troco de conquistar pessoas fragilizadas pra sua seita. Toda ajuda é bem-vinda mas há que se prestar atenção para não sermos roubados nos donativos e na nossa consciência crítica e valores.
Por: Marco de Oliveira Gomes
Enquanto holofotes e câmeras estão no foco da catástrofe não falta solidariedade, as pessoas realmente se sensibilizam porém, não tem memória e com tantas tragédias acontecendo pelo país, logo os antes esforçados voluntários esmorecem e ao desistir, enfraquecem a força tarefa, os que contribuíram com donativos pensam ter sido o problema já resolvido e a imprensa se atém a outras tragédias e acontecimentos em geral. Não podemos esquecer tudo que aconteceu, nem tampouco deixar que o poder público não cumpra suas promessas, as vítimas do furacão Catarina ainda esperam as prometidas casas e auxílios diversos pra reconstrução de suas vidas e dignidade, e agora, aqueles que sofreram com as chuvas de novembro engrossam o quadro de desalojados no estado. Oito mil voluntários no início da enchente e dois mil agora, isso é um sinal de que começa a serem esquecidos os fatos e anuncia-se a chegada do descaso assim como aconteceu depois da passagem do furacão.
Qual o motivo desse previsível “abandono do caso”? Seria o fato de não termos agradecido os milhões de brasileiros que prestaram auxílio? Pouco se ouviu agradecimentos públicos... Talvez o fato de que as próprias vítimas não cobram o poder público? O brasileiro não tem memória, mesmo?
O afastar da imprensa trouxe rapidamente os ladrões, do Exército e civis também, canalhas sem consciência que escolheram donativos pra si e os levaram pras suas casas sem o menor remorso, alguns inclusive zombando da boa fé dos que doaram. Até moradores de favelas do RJ e SP se uniram pra arrecadar roupas e mantimentos pra nossos desabrigados, o pouco que tinham, doaram com muita boa vontade, e o que dizer a eles agora? A Defesa civil do estado já tem em caixa mais de vinte e cinco milhões de reais! O que estão esperando pra começar a agir? O empresário Edir Macedo já aproveitou pra disseminar suas “ideologias” entre os fragilizados flagelados, construir casas para quem perdeu tudo é uma jogada de marketing muito inteligente, ainda mais quando se usa o título “Reconstruindo Santa Catarina”, dá a impressão que eles vão refazer todo o estado, e a verdade é que algumas casas serão doadas pra algumas famílias desalojadas de algumas cidades. Estamos sem defesa mesmo!
Precisamos acordar pro fatos e não permitir que se faça aqui um turismo de tragédia e muito menos que estelionatários transvertidos de religiosos, venham fazer demagogia a troco de conquistar pessoas fragilizadas pra sua seita. Toda ajuda é bem-vinda mas há que se prestar atenção para não sermos roubados nos donativos e na nossa consciência crítica e valores.
Por: Marco de Oliveira Gomes
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